Facebook é Condenado por Suspensão Ilegal de Perfil

INSS Desiste de Ressarcir Aposentados?

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) reformou decisão de primeira instância e Facebook é Condenado por Suspensão Ilegal de Perfil ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00. A ação foi movida pela Rogetur Roger Agência de Viagens Ltda., após a suspensão imotivada de seu perfil no Instagram. A 27ª Câmara de Direito Privado, sob relatoria do Desembargador Alfredo Attié, reconheceu a ilegalidade da medida e aplicou entendimento consolidado da jurisprudência paulista.

O caso envolve a análise da relação consumerista entre plataformas digitais e usuários empresariais. A Rogetur alegou prejuízos operacionais e reputacionais devido ao bloqueio de sua conta, sem justificativa clara ou direito à ampla defesa. A sentença inicial havia determinado apenas a reativação do perfil, mas negou a reparação por danos morais. O TJSP, no entanto, considerou que a conduta da Facebook violou princípios do Marco Civil da Internet e do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

A decisão reforça a necessidade de transparência por parte das redes sociais ao adotarem medidas restritivas. Além disso, destaca o impacto econômico e reputacional que bloqueios arbitrários causam a empresas que dependem dessas plataformas para divulgação e vendas. O acórdão citou precedentes similares, consolidando o entendimento de que suspensões sem fundamento configuram dano moral indenizável.

O Caso e os Fundamentos da Apelação

A Rogetur ingressou com ação indenizatória após ter seu perfil no Instagram suspenso sem aviso prévio ou motivação específica. A empresa argumentou que a medida afetou sua capacidade de atrair clientes e divulgar pacotes turísticos. A sentença de primeira instância julgou parcialmente procedente o pedido, determinando a reativação da conta, mas negou a indenização por danos morais.

A apelação questionou essa negativa, sustentando que a Facebook não comprovou a violação de termos de uso. O relator destacou que a plataforma não apresentou provas robustas sobre supostas infrações. Além disso, a Rogetur não teve oportunidade de se defender administrativamente antes da suspensão, ferindo o contraditório e a ampla defesa.

O TJSP concordou com os argumentos da apelação. A decisão ressaltou que a ausência de justificativa clara configura abuso no exercício do poder regulamentar das redes sociais. A jurisprudência da 27ª Câmara já havia pacificado o tema, reconhecendo dano moral em casos análogos.

A Violação ao Marco Civil da Internet e ao CDC

O acórdão enfatizou a violação ao Artigo 20 do Marco Civil da Internet, que exige transparência e motivação para a suspensão de contas. A Facebook não cumpriu esse requisito, agindo de forma arbitrária. A relatoria também aplicou o CDC, classificando a Rogetur como consumidora e a plataforma como fornecedora de serviços.

A decisão destacou que a ausência de comunicação prévia impediu a empresa de corrigir eventuais irregularidades. Além disso, a falta de publicidade sobre o motivo do bloqueio não isentou a Facebook de responsabilidade. O TJSP reafirmou que plataformas digitais devem garantir segurança jurídica aos usuários, especialmente quando estes utilizam o serviço para fins comerciais.

Jurisprudência e Método Bifásico na Fixação da Indenização

O relator Alfredo Attié citou três precedentes da 27ª Câmara que condenaram a Facebook em situações similares. Em todos os casos, a indenização por danos morais variou entre R$ 3.000,00 e R$ 5.000,00. O tribunal adotou o método bifásico, analisando primeiro o interesse jurídico lesado e depois as circunstâncias específicas do caso.

A decisão considerou o caráter compensatório e punitivo da indenização. O valor de R$ 5.000,00 foi mantido por estar alinhado com a jurisprudência e por refletir o prejuízo sofrido pela Rogetur. O TJSP também afastou a condenação da autora ao pagamento de honorários sucumbenciais, invertendo os ônus processuais.

Impacto da Decisão para Empresas e Plataformas Digitais

O acórdão estabelece um precedente importante para empresas que dependem de redes sociais. A decisão reforça que plataformas não podem suspender contas sem justificativa plausível e sem dar direito à defesa. Além disso, o caso evidencia a necessidade de maior regulamentação sobre o poder discricionário das big techs.

Para a Facebook, a condenação serve como alerta sobre a obrigação de transparência. Já para pequenas e médias empresas, a vitória judicial representa uma garantia contra abusos. O TJSP deixou claro que danos morais serão reconhecidos sempre que houver suspensão imotivada de perfis comerciais.

Conclusão

Em síntese, a decisão do TJSP na Apelação Cível nº 1125919-36.2024.8.26.0100 representa um marco na proteção de usuários empresariais de redes sociais. Ao mesmo tempo, ao condenar a Facebook ao pagamento de indenização, o tribunal reforçou a aplicação do CDC e do Marco Civil da Internet. Além disso, a sentença consolida entendimento jurisprudencial sobre danos morais em casos de bloqueio arbitrário, garantindo maior previsibilidade jurídica.

Por outro lado, o caso demonstra a importância do Poder Judiciário em equilibrar a relação entre plataformas digitais e usuários. Dessa forma, empresas como a Rogetur agora têm maior segurança jurídica para contestar medidas abusivas. Contudo, as big techs devem revisar seus processos de moderação para evitar novas condenações, já que a decisão estabelece um precedente rigoroso.

Finalmente, a sentença serve como um alerta e um parâmetro valioso para litígios futuros. Portanto, tanto empresas quanto plataformas digitais devem adaptar-se às exigências de transparência e devido processo legal. Assim, o Judiciário cumpre seu papel de assegurar justiça e equidade nas relações digitais.

A Experiência do Pimentel Advogados

No Pimentel Advogados, além dos advogados possuírem experiência reconhecida e atuação especializada em processos de Direito do Consumidor, também são conhecedores de variados assuntos jurídicos, o que evidencia e amplia a capacidade de representação do cliente em diversas áreas do direito do Consumidor.

Se você necessita de advogado especializado, estamos preparados para atuar no seu caso, em todo o Brasil, permitindo que você tenha uma representação de qualidade, sem se preocupar com os aspectos jurídicos.

Seja qual for sua necessidade jurídica sobre direito do consumidorconsulte nosso escritório de advocacia.

Advogado, formado em Direito e com pós-graduação em Advocacia Cível. Atua com comprometimento na busca por soluções jurídicas seguras e personalizadas, sempre pautado pela ética, transparência e dedicação ao cliente.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *